Presidente lança pagamentos a atingidos pela tragédia de Mariana, anuncia investimentos e critica ofensiva imperialista de Trump e aliados
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Espírito Santo, nesta sexta-feira (11), marcou o início de uma série de ações voltadas à reparação histórica, justiça social e soberania nacional. No palanque montado no Parque de Exposições de Linhares, Lula esteve acompanhado por ministros e pelo governador Renato Casagrande, para oficializar o pagamento de indenizações aos agricultores familiares e pescadores atingidos pela tragédia-crime de Mariana.
“Esse país não vai se curvar. O Brasil é dos brasileiros, e não aceitará chantagens nem bravatas de ninguém”, afirmou Lula, ao rebater a ameaça de sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros.
Acordo do Rio Doce: R$ 170 bilhões para reconstrução e reparação
Anunciado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, o novo acordo do Rio Doce destina R$ 170 bilhões a ações de reparação após o rompimento da barragem da Samarco, em 2015.
Do total, R$ 49 bilhões cabem ao governo federal, com R$ 14,8 bilhões destinados ao Espírito Santo e R$ 25,5 bilhões para Minas Gerais. Serão coordenados por 19 ministérios e contemplam 49 municípios, sendo 11 capixabas, que somam mais de 1,1 milhão de pessoas.
Indenizações a trabalhadores do campo e das águas
O acordo prevê o pagamento de indenizações por quatro anos a 4.793 agricultores familiares e 21.007 pescadores no Espírito Santo. Os valores serão de um salário mínimo e meio nos três primeiros anos, e um salário mínimo no último.
Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, os pagamentos já começaram: “No dia 10, mais de 22 mil pescadores e 13 mil agricultores começaram a ser beneficiados”, afirmou.
Um cartão da Caixa foi apresentado como ferramenta para acesso aos valores.
Educação pública e dignidade no trabalho
Lula também anunciou a conclusão da faculdade de medicina de São Mateus, antes prevista apenas para 2026. “Só falta vocês assinarem comigo no gabinete. A faculdade está pronta para o povo de São Mateus”, declarou.
Em defesa da classe trabalhadora, o presidente revelou a intenção de lançar um programa de financiamento de bicicletas elétricas para entregadores de aplicativos.
“Eles não têm nem banheiro para fazer suas necessidades. Estão carregando comida nas costas e sendo explorados. Vamos cuidar dessa juventude trabalhadora”, afirmou.
Críticas à ofensiva imperialista e à extrema direita brasileira
Ao lado de ministros e parlamentares, Lula criticou as ameaças tarifárias de Trump, classificando-as como “desinformadas e provocativas”.
“Esse país não abaixará a cabeça para nenhuma potência. Temos uma história de luta, e o povo brasileiro sabe reconhecer o valor da soberania”, disse.
Em tom direto, o presidente também condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “covarde” por fugir do processo judicial e “enviar o filho aos Estados Unidos para pedir sanções contra o Brasil”.
“Que tipo de homem é esse, que não tem coragem de enfrentar um julgamento de cabeça erguida?”, questionou.
Boné como símbolo político
Durante toda a visita, Lula usou um boné com os dizeres: “O Brasil é dos brasileiros”, em resposta à guerra tarifária e à influência estrangeira sobre interesses nacionais. A imagem foi compartilhada em suas redes sociais como símbolo de resistência e identidade popular.
Com forte apelo social e soberano, a passagem de Lula pelo Espírito Santo reforçou o compromisso de seu governo com a reparação histórica, justiça social, defesa dos trabalhadores e enfrentamento da ofensiva neoliberal estrangeira.
Por: Redaçâo Local | Jailson Santos