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Rumo ao confronto? Otan prevê embate com Rússia e China enquanto Europa amplia militarização

Rumo ao confronto? Otan prevê embate com Rússia e China enquanto Europa amplia militarização

Com apoio de Trump, avanço bélico da aliança ocidental eleva tensões globais e ameaça povos em nome do lucro e da hegemonia militar

Bruxelas, Europa — Em meio a uma Europa cada vez mais militarizada e ainda ferida pela guerra na Ucrânia, os tambores de um novo conflito global ressoam com mais força. Nesta quinta-feira (17), o novo comandante supremo da Otan, o general norte-americano Alexus Grynkewich, afirmou que a aliança militar ocidental pode enfrentar simultaneamente Rússia e China até 2027.

“Mesmo com um possível cessar-fogo na Ucrânia, a Rússia continuará sendo uma ameaça duradoura”, declarou Grynkewich, reforçando o tom de confronto que tem marcado os discursos recentes da Otan. A previsão alarmista é que, caso a China avance sobre Taiwan, Moscou ofereça apoio com ataques diretos ao Ocidente, segundo avaliação do secretário-geral da Otan, Mark Rutte.

Escalada armamentista e imperialismo militar

A narrativa oficial justifica uma corrida armamentista sem precedentes: meta de 5% do PIB dos países aliados para defesa, envio de mais baterias Patriot à Ucrânia e novas sanções econômicas à Rússia, como parte do plano triangulado por Donald Trump. O presidente norte-americano, que retornou ao poder em 2024, deu 50 dias a Putin para “fazer a paz”, sob ameaça de novos embargos — estratégia que, até o momento, não alterou a postura do Kremlin.

No front, a ofensiva russa avança em vilarejos ucranianos, enquanto bombardeios com drones continuam de ambos os lados. Enquanto isso, o belicismo se institucionaliza: a União Europeia aprovou aumento de cinco vezes em seu orçamento de defesa para 2028–2034, abandonando sua histórica vocação diplomática.

“O Ocidente financia a guerra com sangue de inocentes”, alertam movimentos sociais e ativistas da paz, que denunciam o lucro bilionário da indústria bélica — com ações valorizadas em mais de 40% desde o início da nova escalada.

Radicalização em Moscou

Em Moscou, a ala linha-dura do governo russo, representada pelo ex-presidente Dmitri Medvedev, reagiu com ameaças de ataques preventivos ao Ocidente diante da continuidade do apoio militar à Ucrânia. Embora o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tenha amenizado o tom, os bastidores indicam uma intensificação da guerra e ruptura diplomática iminente.

Enquanto as elites políticas disputam poder com bravatas e arsenais, os povos seguem sendo os maiores atingidos por essa geopolítica da guerra, que privilegia interesses econômicos e estratégicos das grandes potências em detrimento da paz, da soberania e da vida.

Por: REDAÇÃO | JAILSON SANTOS